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quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Reflexões 1 - Tempo

Tempo.

Hoje não sou diferente, eu não estou presente.
Pareço ter dormido eternamente, como se estivesse dormindo dias a fio. Sinto tudo inconscientemente, levanto, tomo café, faço tudo como de costume, lavo a velha memória dos intrusos, aqueles que tanto te apontam o dedo e mais te ferem, aqueles abutres que tanto te escarnecem.
Cheguei cedo em casa dos compromissos, sentei na cadeira e pus a cabeça entre as duas mãos e só então pareço que acordei, dessa lentidão, dessa de vontade de estar aqui, ali, de viver.
...
A sensação de ter perdido muito tempo dormindo acordado, me tirou as forças e o vigor, é como se fosse inútil à consciência sem a força. E como se estar de olhos abertos(fisiologicamente falando), mas ao mesmo tempo continuasse em uma espécie de apatia, subjugado pela rotina opressora.
E quando finalmente o dia vai passando eu tomo consciência do que me cerca, mas ao invés de me sentir mais calmo ou seguro, sou tomado pela sensação de impotência, pois percebi que estar "acordado" já não é o suficiente...
Sinto umas correntes tomando conta de todas as saídas que não me são visíveis. Algo está errado. Na verdade não é algo é tudo! Sim está errado! Mas como sair disso? As ataduras que o tempo na cama me pós parecem rígidas demais pra minhas mãos quebrar. Preciso sair disso com meus próprios pés, já que todos cortaram um pouco de minhas asas. Aqui dentro da gaiola, nesta prisão sem muros mais com muitos murros, vejo tudo que não conquistei, tudo que não fiz, tudo que planejei ruir. Mais onde eu estava? O que eu fazia? Cochilava ou dormia? Estava vivo? Era eu mesmo? Algo me consumia, embarreirava me os olhos, a clareza, que insanidade era aquela que não me movia?


Maria Luiza Medeiros
 
Taberna dos poetas loucos
 

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